INSTRUMENTISTAS BRASILEIROS
Vários Intérpretes (2001)
Crítica
Cotação:
Um total de 27 anos da história da nossa música instrumental é alvo de um resgate oportuníssimo com o CD Instrumentistas Brasileiros, álbum organizado por Carlos Alberto Sion e Tárik de Souza reunindo 14 gravações feitas entre 1961 e 1988. Os diversos estilos de interpretação e a grande variedade de gêneros e ritmos abordados pelos músicos (e a própria qualidade dos intérpretes por si só) já garantiria o interesse no CD. Como se não bastasse, o disco ainda recupera alguns registros que são verdadeiras raridades fonográficas.
Cada faixa mostra um grande momento de um (ou até mais de um) músico excepcional. Vale a pena, por exemplo, comparar a agilidade do sax de Paulo Moura (verdadeiramente supersônico em Espinha de Bacalhau, de Severino Araújo) com os legendários dedos de Raphael Rabello (debulhando Samba de Uma Nota Só, e usando bem mais que apenas uma nota...). Ou então, dar um passeio pelo Nordeste - evocado na enxuta versão de Dominguinhos para Delicado (Waldir Azevedo) e na cadência exata imprimida por Rildo Hora a Respeita Januário, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A inevitável Aquarela do Brasil ganha contornos de samba sofisticado com Sebastião Tapajós.
Os mais jazzistas irão se regalar com a soberba rendição de Nanã (do "bola da vez" Moacir Santos), numa gravação de 1964 do grupo Os Cobras (liderado pelo pianista Tenório Junior); enquanto Erlon Chaves e o Trio 3D fazem a festa dos "sampleadores" da onda acid jazz, com suas batidas dançantes para respectivamente Água de Beber (Jobim & Vinícius) e Consolação (Baden & Vinícius). Na mesma linha vêm João Roberto Kelly & Luiz Reis, duelo de pianos afiados em Boato/Lamento Bibop.
E se não houver mais argumentos, vale a emoção - ao ouvir Jacob do Bandolim, o próprio, descascando seu instrumento numa versão de 1971 de Noites Cariocas (dele mesmo), gravada ao vivo. Altamente recomendável e até instrutivo, como introdução ao rico mundo da música instrumental feita por aqui.(Marco Antonio Barbosa)
Cada faixa mostra um grande momento de um (ou até mais de um) músico excepcional. Vale a pena, por exemplo, comparar a agilidade do sax de Paulo Moura (verdadeiramente supersônico em Espinha de Bacalhau, de Severino Araújo) com os legendários dedos de Raphael Rabello (debulhando Samba de Uma Nota Só, e usando bem mais que apenas uma nota...). Ou então, dar um passeio pelo Nordeste - evocado na enxuta versão de Dominguinhos para Delicado (Waldir Azevedo) e na cadência exata imprimida por Rildo Hora a Respeita Januário, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A inevitável Aquarela do Brasil ganha contornos de samba sofisticado com Sebastião Tapajós.
Os mais jazzistas irão se regalar com a soberba rendição de Nanã (do "bola da vez" Moacir Santos), numa gravação de 1964 do grupo Os Cobras (liderado pelo pianista Tenório Junior); enquanto Erlon Chaves e o Trio 3D fazem a festa dos "sampleadores" da onda acid jazz, com suas batidas dançantes para respectivamente Água de Beber (Jobim & Vinícius) e Consolação (Baden & Vinícius). Na mesma linha vêm João Roberto Kelly & Luiz Reis, duelo de pianos afiados em Boato/Lamento Bibop.
E se não houver mais argumentos, vale a emoção - ao ouvir Jacob do Bandolim, o próprio, descascando seu instrumento numa versão de 1971 de Noites Cariocas (dele mesmo), gravada ao vivo. Altamente recomendável e até instrutivo, como introdução ao rico mundo da música instrumental feita por aqui.(Marco Antonio Barbosa)
Faixas
No meu pé de serra (Luiz Gonzaga - Humberto Teixeira)
Lamento bibop (Haroldo Barbosa - Luiz Reis)