ACÚSTICO MTV - CÁSSIA ELLER
Cássia Eller (2001)
Crítica
Cotação: 
De todas as cantoras surgidas na virada dos anos 80 para os 90, Cássia Eller foi uma das que mais amadureceram. Seu vozeirão parece cada vez mais bem colocado, com interpretações bem dosadas e uma crescente versatilidade - além do pop/rock, ela se revelou interessante também cantando samba, forró, country entre outros estilos. Apesar de seu repertório nem sempre estar à altura de seu talento, Cássia vem acertando de uma forma geral em sua carreira, especialmente nos shows, onde sua performance é sempre imbatível. Seu oitavo CD, Acústico MTV, traz compositores de prestígio mas não é dos mais instigantes que ela já gravou.
Um dos problemas do disco é que, em 11 anos de carreira discográfica, gravar três vezes músicas como E.C.T., Malandragem, Nós e Todo Amor que Houver Nessa Vida se constitui, no mínimo, em uma redundância - por mais que esses (e todos os) arranjos do disco sejam caprichados (na maioria a cargo do violonista Luiz Brasil), procurando sonoridades escondidas nas harmonias originais. As viscerais reinterpretações de Por Enquanto e 1º de Julho (ambas de Renato Russo) também não superam as suas próprias versões originais, assim como a do hit O Segundo Sol (Nando Reis), do CD anterior, cujo arranjo era tão bom que superava a própria música.
Entres as demais (10) faixas do disco - inéditas em sua voz - as mais interessantes são as releituras das debochadas Partido Alto (Chico Buarque) e Top Top (Mutantes), mais o divertido samba Vá Morar com o Diabo (pérola pouco conhecida do baiano Riachão). Outras boas sacadas são as pontes que a cantora faz entre movimentos da MPB contemporânea: o rap paulista de Xis (que assina e participa do samba-rap De Esquina) e do mangue beat do grupo pernambucano Nação Zumbi (na qual três percussionistas da banda dão canja em Quando a Maré Encher - tal faixa só não é ainda melhor porque Cássia imita um pouco os vocais do grupo, perdendo a chance contribuir com sua voz metálica para que a música ganhasse contornos mais surpreendentes). Non, Je Ne Regrete Rien e Sgt. Peper's Lonely Hearts Club Band - clássicos dos mitos Édith Piaf e Beatles - valem apenas como curiosidade, em interpretações reverentes. No geral, este Acústico MTV é um disco correto e de bom acabamento instrumental. Com uma melhor orientação, Cássia pode render muito mais.(Rodrigo Faour)
Um dos problemas do disco é que, em 11 anos de carreira discográfica, gravar três vezes músicas como E.C.T., Malandragem, Nós e Todo Amor que Houver Nessa Vida se constitui, no mínimo, em uma redundância - por mais que esses (e todos os) arranjos do disco sejam caprichados (na maioria a cargo do violonista Luiz Brasil), procurando sonoridades escondidas nas harmonias originais. As viscerais reinterpretações de Por Enquanto e 1º de Julho (ambas de Renato Russo) também não superam as suas próprias versões originais, assim como a do hit O Segundo Sol (Nando Reis), do CD anterior, cujo arranjo era tão bom que superava a própria música.
Entres as demais (10) faixas do disco - inéditas em sua voz - as mais interessantes são as releituras das debochadas Partido Alto (Chico Buarque) e Top Top (Mutantes), mais o divertido samba Vá Morar com o Diabo (pérola pouco conhecida do baiano Riachão). Outras boas sacadas são as pontes que a cantora faz entre movimentos da MPB contemporânea: o rap paulista de Xis (que assina e participa do samba-rap De Esquina) e do mangue beat do grupo pernambucano Nação Zumbi (na qual três percussionistas da banda dão canja em Quando a Maré Encher - tal faixa só não é ainda melhor porque Cássia imita um pouco os vocais do grupo, perdendo a chance contribuir com sua voz metálica para que a música ganhasse contornos mais surpreendentes). Non, Je Ne Regrete Rien e Sgt. Peper's Lonely Hearts Club Band - clássicos dos mitos Édith Piaf e Beatles - valem apenas como curiosidade, em interpretações reverentes. No geral, este Acústico MTV é um disco correto e de bom acabamento instrumental. Com uma melhor orientação, Cássia pode render muito mais.(Rodrigo Faour)
Faixas
